quarta-feira, 19 de abril de 2017

O Deputado Nelson Marchezan Júnior do PSDB do RS

O Deputado Nelson Marchezan Júnior do PSDB do RS

Nelson Marchezan Júnior (Porto Alegre, 30 de novembro de 1971) é um advogado, administrador e político brasileiro.

Vida pessoal:

Nelson Marchezan Júnior é filho do ex-deputado Federal Nelson Marchezan (1938—2002), tem um filho. Em 1995, Marchezan Júnior se formou em direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos.

Carreira política:

Advogado, não tinha maiores pretensões na política até a morte do pai, em 2002. No mesmo ano concorreu e foi eleito deputado federal com 60 071 votos, mas a Justiça Eleitoral impediu sua diplomação por falta de filiação partidária válida. Marchezan Júnior não foi capaz de apresentar provas que era filiado ao PSDB um ano antes das eleições, sendo cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral. Iniciou na vida pública em 2003, como diretor de Desenvolvimento, Agronegócios e Governos do Banrisul durante o mandato do governador Germano Rigotto.
Abandonou o cargo em 2006, quando com 45 604 votos, foi eleito deputado estadual e exerceu o mandato entre 2007 a 2011 pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Em 2010, foi eleito deputado federal com 92 394 votos.
Em dezembro de 2011, surpreendendo aos lideres do PSDB e em oposição ao protesto e pedido do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ele assinou a CPI da Privataria, proposta por Protógenes Queiroz (PCdoB-SP).
Em 14 de junho de 2016, votou a favor da cassação do Deputado Eduardo Cunha no comitê de ética da Câmara dos Deputados e votou de forma favorável ao processo de impeachment Dilma Rousseff em 2016.
Ainda em 2016 foi candidato a prefeito de Porto Alegre pela coligação Porto Alegre pra frente, formada pelo PSDB, Partido Progressista, PMB e PTC, tendo como companheiro de chapa o advogado Gustavo Paim (PP), sendo eleito em segundo turno com 402.165 votos, o que representa 60,5% dos votos válidos, derrotando a candidatura de Sebastião Melo (PMDB).
Votou majoritariamente contra as 10 Medidas contra corrupção, um projeto de lei de iniciativa popular com dez novas medidas que tem como objetivo aprimorar a prevenção e o combate a corrupção e à impunidade e que havia recolhido mais de dois milhões de assinaturas. Foi a favor do destaque que faz com que magistrados e integrantes do Ministério Público respondam por crime de abuso de autoridade quando atuarem com conduta incompatível com o cargo. Este destaque, o mais polêmico de todas as mudanças no projeto de lei, foi considerado por alguns uma tentativa de intimidar a Operação Lava Jato, também foi criticado pela presidente do STF, Carmen Lúcia, como uma tentativa de calar a Justiça.

O Deputado Darcísio Perondi e a Improbidade Administrativa

O Deputado Darcísio Perondi (vice lider do governo na Câmara) 
e médico é acusado de cobrar consultas de pacientes do SUS


O Ministério Público Federal quer a abertura de Ação Civil de Improbidade Administrativa para investigar atos do médico e deputado federal Darcísio Perondi (PMDB/RS). Ele, ao lado de outras treze pessoas, é acusado de cobrar consultas médicas de pacientes enviados pelos municípios vizinhos para atendimento no SUS. O pedido do MPF foi ajuizado no Supremo Tribunal Federal.
As irregularidades teriam sido cometidas na época em que Perondi era presidente do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI), no Rio Grande do Sul. O HCI é classificado pelo SUS como Hospital Macro Regional, sendo referência para os municípios da região Noroeste do Rio Grande do Sul. A entidade é classificada no Programa de Incentivo de Integração ao SUS.
Todos os denunciados faziam parte do corpo clínico ou administrativo do hospital e teriam cometido os atos ilegais entre 2001 e 2002.
O Conselho Municipal de Saúde de Catuípe, município gaúcho que manda pacientes ao HCI, enviou carta-denúncia ao Conselho Regional de Saúde, em 2002, notificando a entidade sobre as cobranças irregulares no caso de atendimentos especializados. A mesma denúncia foi feita por outros municípios gaúchos, como Chiapeta e Inhacorá.
O Ministério Público Estadual de Ijuí determinou a instauração de Inquérito Civil Público para apurar as supostas irregularidades e ilegalidades na cobrança de despesas médico-hospitalares cobertas pelo SUS. Mas a denúncia foi da Justiça Federal no Rio Grande do Sul para o Supremo por conta da prerrogativa de foro do deputado Darcísio Perondi.
A acusação sustenta que, de todos os depoimentos colhidos, “resta fácil perceber que havia (ou há) uma orientação interna da direção do Hospital de Caridade de Ijuí, no sentido de que os atendimentos a pacientes encaminhados com cobertura pelo Sistema Único de Saúde, realizados por médicos que não os de plantão, cujo diagnóstico e atendimento dependessem de especialidade, fossem remunerados”.
Todas as pessoas citadas na denúncia são acusadas de enriquecimento ilícito, de causar prejuízo ao erário, de atentar contra os princípios da administração pública (artigos 9º, inciso I; 10, inciso I e 11, inciso I, todos da Lei 8.429/92, a Lei de Improbidade Administrativa), bem como de concussão, estelionato e formação de quadrilha (artigos 316, 171 e 288, todos do Código Penal).
A condenação pode implicar no ressarcimento integral do dano causado, no pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e na proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais por cinco anos.
A Petição encaminhada ao Supremo questiona a constitucionalidade da atual redação do artigo 84 do Código de Processo Penal, dada pela Lei 10.628/02. Sustenta que o dispositivo fixa, “em desacordo com a Carta Magna, foro especial para demanda cível” a autoridades do governo. O relator da Petição é o ministro Joaquim Barbosa. (STF)

Petição nº 3.130

Leia mas aqui > http://bit.ly/2oMnwUM

Darcísio Perondi do PMDB do RS defende a Reforma da Previdencia

Deputado Darcisio Perondi do PMDB do RS

Ainda existem dúvidas sobre a Proposta de Emenda Constitucional 287/2016, que trata da reforma da previdência social, sua necessidade e seus impactos nas contas públicas. A matéria está sendo debatida numa Comissão Especial da Câmara dos Deputados e deve virar Lei ainda no primeiro semestre de 2017. O deputado Darcísio Perondi (RS), vice-líder do Governo na Casa e homem de confiança do presidente Michel Temer na Comissão Especial, nesta entrevista, tira dúvidas e rebate o que ele classifica de “mitos e mentiras” divulgadas pela oposição sobre a proposta. Segundo Perondi, o grande desafio do Governo é a informação. “Se conseguirmos desmistificar e desconstruir as alegações da oposição e informar a verdade sobre a necessidade e a urgência da reforma, aos deputados e senadores que votam, e também à população, não tenho dúvidas que teremos o apoio necessário para aprova-la”.

Por que é necessário fazer ajustes na Previdência?

De cada 100 brasileiros, 12 já passaram dos 60 anos. Em pouco mais de 40 anos, os idosos serão quase metade da população, ou seja, mais gente vai depender da aposentadoria. Se hoje a conta já não fecha, imagina lá na frente. As contribuições previdenciárias, descontadas todo o mês do salário do trabalhador, já não são suficientes para bancar as aposentadorias. O Regime Geral de Previdência Social (RGPS) é de repartição simples: quem está na ativa sustenta o benefício de quem já está fora do mercado, inativo (aposentadorias, pensões, auxílios), por meio de um pacto de gerações. As projeções populacionais mostram que, em 2060, teremos menos pessoas em idade ativa do que hoje. Ao mesmo tempo, o número de idosos irá crescer 262,7% nesse mesmo período. O art. 40 da Constituição e a Lei nº 9.717/1998 exigem que seja mantido o equilíbrio financeiro e atuarial dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS). Daí a importância de que seja feita a reforma, pois as regras atuais de concessão de benefícios não estão permitindo que esses regimes alcancem esse equilíbrio. A população idosa vai saltar de 22 milhões de pessoas com 60 anos ou mais para cerca de 73,5 milhões em 2060. Em termos de proporção da população, no mesmo período, a participação dos idosos na população total vai saltar do patamar de 10% para cerca de 33,7% em 2060, conforme a projeção demográfica do IBGE divulgada em 2013. Naquele ano, uma em cada dez pessoas era idosa. Em 2060, uma em cada três será idosa. Além disso, a taxa de fecundidade caiu entre 1980 e 2015. No passado, as nossas avós e bisavós faziam mais filhos, em torno de 8 a 10. Hoje, são apenas 1,7 filhos nascidos vivos por mulher, implicando menor crescimento da população no futuro. Para que haja equilíbrio, são necessários 2,1 filhos por família. A Previdência Social, por consequência, contará com número menor de contribuintes e aumento na quantidade de beneficiários, o que irá pressionar de modo considerável sua despesa e necessidade de financiamento.

A oposição diz que o cidadão terá que trabalhar até morrer. Isso é verdade?

A reforma estabelece aposentadoria aos 65 anos de idade e 25 anos de contribuição. Será criada uma regra de transição (homens com mais de 50 anos e mulheres com mais de 45 anos). Esta afirmação da oposição é um grave equívoco, pois está sendo usada como referência a expectativa de vida do cidadão ao nascer, que é influenciada, para baixo, pela mortalidade infantil e pela morte de jovens por causas violentas, como acidentes de trânsito e homicídios. É por isso que em Estados pobres a expectativa de vida ao nascer é tão baixa. Para a Previdência, o que importa é a expectativa de vida não no nascimento, mas na idade da aposentadoria. Este conceito previdenciário é chamado de “expectativa de sobrevida”. Aos 65 anos, a expectativa de sobrevida do brasileiro é de mais 18 anos, totalizando 83 anos e meio. A boa notícia é que esta expectativa vem aumentando e varia pouco pelo país (é de cerca de 84 anos no Sul e 82 e meio no Nordeste). Se de fato os aposentados morressem em média com 66 anos, seria um absurdo a reforma da Previdência. Importante ficar claro que, no Brasil, as crianças morrem mais ao nascer, depois aos 30 dias, depois um ano e depois aos cinco anos. Além disso, a expectativa de vida também cai por conta da violência na juventude. Dizer que o cidadão vai trabalhar até morrer, é desconhecimento. Nós usamos dados do IBGE.

Mas por que o cidadão terá que trabalhar 49 anos para receber aposentadoria integral? Isso não é injusto?

À primeira vista, a frase acima parece verdadeira. De fato, com a reforma, o cálculo dos benefícios seria de 51% da média, mais 1% por ano de contribuição, totalizando 49 anos para chegar em 100%. Por que então isso é um mito? O Brasil é pobre. Apesar de nosso desenho previdenciário ser profundamente desequilibrado, 2/3 dos benefícios são de um salário mínimo, que passou por uma expressiva valorização real, acima da inflação, desde os anos 90, e especialmente nos governos do PT. Ocorre que no Brasil, ao contrário de outros países, o salário mínimo também é a “aposentadoria mínima”, independentemente do valor contribuído. A reforma não alterou isso (vinculação ao salário mínimo). Com esta vinculação, boa parte dos trabalhadores receberá a sua média integral, 100%, apenas com o tempo mínimo de contribuição ou, muitas vezes, muito mais do que os próprios 100%. Como o salário mínimo cresceu acima da inflação, o passado do salário de contribuição deste trabalhador está abaixo do salário mínimo atual. Um trabalhador que tenha recebido apenas o salário mínimo desde 1995, teria em 2017 uma média salarial atualizada pela inflação de R$ 666, bem abaixo da “aposentadoria mínima” de R$ 936 – o atual valor do salário mínimo. Hoje, pelo Regime Geral da Previdência, ninguém se aposenta na integralidade. Tanto é que o Fator Previdenciário toma da mulher 35% quando ela se aposenta, e do homem, 30%. Estamos acabando com o Fator. No Regime Geral não tem integralidade, no Brasil e em nenhuma parte do mundo.

E o restante dos trabalhadores, que ganha acima de 1 salário mínimo? Trabalharão 49 anos para ter o benefício integral?

Também não. A proposta do governo mantém o cálculo da média salarial que existe hoje, que não é exatamente uma média. Neste cálculo, são excluídos os 20% piores salários da vida do trabalhador. Por isso, uma aposentadoria com 100% de sua média salarial pode ser obtida muito antes de 49 anos de contribuição (por exemplo, com 30 anos de contribuição). O tempo exato depende da trajetória dos salários deste trabalhador. Só realmente teriam que trabalhar 49 anos para conseguir 100% do salário médio aqueles que ganhavam mais que o salário mínimo e receberam sempre mais ou menos o mesmo salário ao longo de toda vida, sem promoções, aumentos ou mudanças para empregos que paguem melhor. Nestes casos, não faz diferença para o cálculo excluir os 20% piores salários (justamente porque eles são parecidos com os 80% restantes). Assim, caso o Congresso opte por manter a fórmula de cálculo proposta pelo governo, pouquíssimos trabalhadores teriam que trabalhar tanto para conseguir uma aposentadoria integral. Na verdade, ainda que o trabalhador se aposente aos 65 anos com cerca de 90% de seu rendimento médio, a proporção entre o valor da aposentadoria/salário médio (taxa de reposição) será compatível com a de outros países, ricos ou emergentes.

A oposição também diz que o trabalhador mais pobre será o mais prejudicado com a reforma. Isso é verdade?

É muito justa a preocupação com o trabalhador pobre. No entanto, precisa ficar claro que ele já se aposenta com uma idade mínima. O Brasil é imensamente desigual, como é desigual o acesso à aposentadoria. Existe uma aposentadoria mais voltada para a classe média e alta, onde não existe idade mínima, e outras voltadas para o trabalhador pobre, com idade mínima. A reforma da Previdência cria uma idade mínima para a aposentadoria por tempo de contribuição, aquele benefício que o homem recebe com 35 anos de contribuição, e a mulher com 30. Este benefício quase não é pago aos pobres, justamente porque conseguir décadas de emprego com carteira assinada é muito difícil para eles. Por isso, a aposentadoria por tempo de contribuição é a aposentadoria dos mais escolarizados e das regiões mais ricas do Brasil. Homens são seus principais beneficiários. O trabalhador pobre, penalizado pelo desemprego e pela informalidade, pode até trabalhar 35 anos, mas geralmente sem carteira assinada por todo o período. Ele recorre a outros benefícios em que já existe idade mínima, mas que exigem menor tempo de contribuição (15 anos). É o caso da aposentadoria por idade urbana (65 anos para homens, 60 para mulheres) e rural (60 para homem, 55 para mulheres). Muitos trabalhadores se “aposentam” também pelo Benefício de Prestação Continuada (BPC), um benefício assistencial, que acaba sendo usado para quem não conseguiu 15 anos de contribuição, e só é pago aos 65 anos (homem ou mulher). Mulheres são as principais beneficiárias.

Afinal, existe ou não déficit da previdência?

Existe déficit e muito grande. Em 2016, a Previdência Social registrou um déficit de R$ 151,9 bilhões, crescimento de 59,7% em relação a 2015. A previdência urbana fechou 2016 com déficit de R$ 46,8 bilhões. A rural, de R$ 105 bilhões, resultado de uma arrecadação de apenas R$ 8 bilhões e despesa com pagamento de benefícios de R$ 113 bilhões para oito milhões de aposentados. Não se pode esquecer o buraco na previdência dos Estados (setor público), de R$ 87 bilhões, e de R$ 77 bilhões no setor federal (3 milhões de servidores militares e civis). O orçamento da Seguridade Social, que inclui além da Previdência, Saúde e Assistência Social, é deficitário em cerca de R$ 255 bilhões. Para chegar ao “superávit” alegado pela oposição e pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Anfip), é necessário incorporar como receita a DRU (Desvinculação de Receitas da União), um mecanismo criado para que a União não compartilhasse com Estados e Municípios um dinheiro que financia outras despesas do Governo Federal (mas não a dívida). Entretanto, ainda que consideremos estes recursos como sendo de fato da Seguridade, a conta ainda é deficitária em cerca de R$ 165 bilhões.

Se até com a DRU a conta da Seguridade é deficitária, como a Anfip chega em um superávit?

É porque a Anfip e a oposição trazem para a conta as receitas e despesas da Seguridade Social e exclui o Plano de Seguridade Social do Servidor, ou seja, as aposentadorias e pensões do funcionalismo. Como este regime é extremamente deficitário, retirar suas receitas não afeta muito o lado da arrecadação, mas retirar suas despesas afeta muito o lado da despesa. Passa a haver então, para o ano de 2015, um pequeno superávit, de R$ 10 bilhões. Ou seja, mesmo com a DRU, a Seguridade é deficitária e só passa a ter superávit se os servidores públicos forem retirados da conta. É essencial compreender que o problema da Previdência é principalmente devido pelo profundo e veloz processo de envelhecimento da população, ou seja, pelo crescimento da despesa, e não por problemas de lançamento contábil. Por conta deste crescimento da despesa, e da queda conjuntural da arrecadação decorrente dos efeitos da recessão sobre o mercado de trabalho, até a conta da Anfip passou a ser deficitária em 2016. Não por acaso, este dado atualizado não tem sido apresentado no debate. Vale lembrar que a DRU não tira dinheiro da cota patronal e nem do empregado.

Quem já é aposentado terá alguma alteração no benefício?

Não. Quem já está aposentado ou já adquiriu todos os requisitos e prazos para se aposentar, não será afetado pela reforma. A regra serve para todos, trabalhadores e servidores públicos.

Há muita resistência na fixação de idade mínima de 65 anos para aposentadoria. Pode haver alguma flexibilização?

Não deve haver mudança no texto em relação à idade mínima de 65 anos de idade e 25 anos de contribuição. A maioria dos países já está acima dos 65 anos de idade para homens e mulheres. Muitos países, inclusive, já estão pensando em aumentar. No Brasil, 55% dos cidadãos já se aposentam com 65 anos. A média de idade de aposentadoria é de 64 anos nas Regiões Norte e Centro-Oeste, 63 anos no Nordeste, 61 anos no Sudeste e 58 anos no Sul. Portanto, números muito próximos da idade de 65 anos defendida na reforma. Estamos acabando com aposentadorias precoces em todos os níveis.

E por que as mulheres também têm que se aposentar com 65 anos?

67% dos países do mundo já adotam regras de aposentadoria iguais para homens e mulheres. A combinação de idade menor e/ou menos tempo de contribuição com uma expectativa de sobrevida maior implica em pagamento do benefício por maior tempo para as mulheres do que para os homens, normalmente sem a contribuição correspondente. A justificativa de manutenção deste tratamento diferenciado para as mulheres em função das desigualdades de gênero no mercado de trabalho e da chamada “dupla jornada” precisa ser reavaliada. Afinal, as desigualdades de gênero têm sido reduzidas de forma significativa no país; tais disparidades precisam ser enfrentadas por políticas que atuem diretamente sobre as causas da desigualdade e não de forma compensatória no âmbito da previdência social; e homens têm maior jornada no mercado de trabalho e não há tratamento diferenciado de aposentadoria em função de jornada de trabalho. É importante também que os homens ajudem mais em casa.

A reforma criará um regime de previdência único para todos os trabalhadores?

Não. Continuarão coexistindo o Regime Geral de Previdência Social (INSS) e os Regimes Próprios dos servidores públicos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Entretanto, eles passarão a ter convergência de regras de acesso aos benefícios, fortalecendo o princípio da igualdade e justiça social entre os trabalhadores. Servidores públicos, celetistas, professores e policiais, se submeterão às mesmas regras para requerimento de benefícios.

E as autoridades, estarão sujeitas a estas regras únicas?

Todos, deverão participar e dar sua contribuição nesse processo de salvação da previdência e do País. Esta reforma vai atingir todos e combater os privilégios crônicos e nojentos. Por exemplo, vai pegar um promotor ou um juiz que pode se aposentar acima de R$ 33 mil mensais. Vai pegar o auditor fiscal, o senador, o deputado, ministro do Supremo Tribunal Federal, o Presidente da República. Todos vão contribuir com esta reforma. Os pobres não vão perder, apenas terão que trabalhar um pouco mais. Servidor público (federal, estadual ou municipal), a partir de 2003 e os novos, entrarão nas novas regras. Por exemplo, o deputado ou o juiz passa a aposentar-se no teto do Regime Geral da Previdência, que é de R$ 5.155. Se ele quiser receber mais, terá que fazer capitalização.

O segurado especial, como índio, agricultor e pescador, que exercem sua atividade em regime de economia familiar, vão poder se aposentar com idade reduzida?

Não. A idade mínima para a aposentadoria desses segurados será a mesma, de 65 anos, estabelecida para os segurados urbanos. Haverá regra de transição também para o segurado especial. Nós tivemos uma conquista maravilhosa na área de previdência rural e de saúde rural. Substituímos o Fundo Rural pelo Sistema Único de Saúde. Mesmo questionado, ainda é o melhor plano de saúde pública do Mundo. Na reforma da Constituição, em 1988, liderada pelo PMDB, implantamos os 55 anos para mulheres e 60 anos para homens a título de aposentadoria rural. Em seguida, o presidente Itamar Franco regulamentou o benefício rural no valor de um salário mínimo. Nesses mais de 30 anos, não há dúvida de que as condições de trabalho na lavoura melhoraram. Não se pode comparar o que nossas mães, tias e avós faziam na lavoura naquela época com os tempos de hoje. Estamos usando menos veneno, por conta da biotecnologia, temos sementes transgênicas e muita tecnologia no campo. Entendo, que o trabalho rural exige tempo, mas o operário dos grandes centros também levanta às seis horas e só retorna para casa depois das 21, 22 horas. Mesmo que não houvesse fralde na aposentadoria rural e sonegação, não tem como cobrir o buraco de mais de R$ 100 bilhões na previdência rural. As mulheres também estão vivendo mais no campo. Nossas tias, há 40 anos, morriam mais cedo. Esse problema precisa ser enfrentado. Vai faltar dinheiro. O Governo vai assegurar esse pagamento. O trabalhador rural vai contribuir com R$ 50 por mês, mas vai garantir uma aposentadoria de quase R$ 2 mil. 

E professores?

Também os professores, que antes poderiam se aposentar com tempo reduzido ao contabilizar o tempo em sala de aula, seguirão as mesmas regras estabelecidas para os demais trabalhadores. A única exceção é para os trabalhadores com deficiência. Reconheço que a atividade do professor, bem como a do mineiro, a do operário, são duras. Mas o buraco fiscal é grande e todos estão vivendo mais. Não tem como uma professora se aposentar com 50 anos. As regras de transição serão respeitadas e os professores terão cinco anos a menos que os demais trabalhadores. Com a longevidade e o gasto da previdência pública, é fundamental a modificação das regras. Do contrário o professor não vai receber.

E as regras de transição. 
O texto do Governo fala em 50 anos para homens e 45 para mulheres. Existe alguma possibilidade de flexibilização?

A regra atual para aposentadoria segue a Fórmula 85/95 e o Fator Previdenciário. Por essa fórmula, uma mulher só pode se aposentar quando a idade dela mais o tempo de contribuição for igual a 85 e, no caso dos homens, 95. Na proposta que o Governo encaminhou ao Congresso, estão sendo fixadas regras de transição, a partir de 50 anos para homens e 45 anos para mulheres. Quem se enquadrar nessas faixas etárias, terá de “pagar um pedágio”. Deverá trabalhar o equivalente à metade do tempo de contribuição que falta para ter direito à aposentadoria. Por exemplo: uma mulher tem 47 anos e completará o período de contribuição aos 51 anos. Com a regra de transição, ela terá que trabalhar quatro anos, mais a metade, portanto, seis anos para se aposentar. No caso de um homem de 52 anos, que completará o prazo para aposentadoria aos 58 anos: ele terá que trabalhar seis anos, mais a metade, três anos. Terá, portanto, nove anos para se aposentar.

A reforma muda o regime de aposentadoria e pensões de militares?

Os militares ficaram de fora da proposta porque não são regidos pelas diretrizes comuns da Previdência, uma vez que não se “aposentam”, mas entram para a reserva, e podem, em tese, ser chamados para as atividades a qualquer momento. O benefício não é considerado uma aposentadoria, mas uma continuidade do pagamento do salário já que eles continuariam disponíveis para servir às Forças Armadas em situações de conflito. A Constituição Federal remete a reforma da previdência dos militares para um Projeto de Lei Ordinária, que deve ser encaminhado nos próximos noventa dias ao Congresso. Os militares também terão que participar desta reforma.

Como fica a pensão por morte?

Mudanças são fundamentais. O Brasil gasta hoje 2,7% do PIB com pensão por morte. As regras brasileiras são as mais benevolentes do mundo. Na proposta da reforma da Previdência, a pensão por morte será de 50% do valor do benefício, com adicional de 10% por dependente. No caso de um dependente, por exemplo, o valor seria igual a 60% da aposentadoria. No caso de cinco dependentes, como a viúva mais quatro filhos, esse valor chegaria a 100%. Haverá irreversibilidade das cotas entre os dependentes e vedação de acumulação com outra aposentadoria ou pensão. Ou seja, quando o filho atinge a maioridade, essa cota de 10% não é revertida para a viúva. Outra alteração que estamos falando é a vedação da acumulação da aposentadoria. A regra se altera para que a pessoa escolha entre aposentadoria ou a pensão. A pensão por morte será desvinculada do salário mínimo e as mudanças valem tanto para o regime do setor privado quanto para o público. Importante que fique claro: no caso das pensões por morte, também permanecem os direitos adquiridos. São oito milhões de pensionistas, que custam R$ 200 bilhões por ano. É assustador! Vou dar o exemplo de um casal de promotores. No caso da morte de um deles, o marido por exemplo, a viúva vai receber o salário dela, que altíssimo, e mais a pensão do marido, que é no mínimo o teto, de quase R$ 34 mil mensais. É legal, mas é injusto e impossível de ser sustentado pelo Estado. Por isso é que eu sofro mais pressão das corporações públicas graúdas e egoístas, que pensam mais no seu bolso do que no País. Eu e o Presidente Michel Temer estamos pensando na Nação.

O senhor tem algo a acrescentar?

Essas reformas, da previdência e trabalhista, estão sendo comandadas por um homem preparado, íntegro, conhecedor, corajoso e ousado. Michel Temer não pensa em reeleição. Ele pensa no presente e no futuro dos aposentados atuais e dos próximos, nas crianças e nos jovens. Com as duas reformas, o presidente vai entregar o Brasil com inflação, juros e dívida bruta bem menores, e tendo armas desde já para enfrentar a maior tragédia que vive o Brasil nos últimos anos, a tragédia dos 13 milhões de desempregados e das empresas fechando. As campanhas que a CUT está fazendo contra mim, só me estimulam a trabalhar para a Nação e para todos os brasileiros.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

Ônyx Lorenzoni é o 'inimigo' na planilha da Odebrecht

Ônyx Lorenzoni é o 'inimigo' na planilha da Odebrecht

Relator do projeto das Dez Medidas de Combate à Corrupção na Câmara, o deputado Ônyx Lorenzoni (DEM-RS) recebeu o apelido de "inimigo" na planilha da Odebrecht. Ele é acusado de receber R$ 175 mil via caixa 2 para sua campanha de 2006 e será investigado em um dos inquéritos abertos pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em seu depoimento, o ex-executivo da Odebrecht Alexandrino Alencar disse que uma de suas funções na empreiteira era "observar, intuir e perceber potenciais candidatos que poderiam crescer e dar destaque" no mundo político. Lorenzoni, segundo o delator, foi identificado como um desses quadros, e foi procurado porque a Odebrecht queria tê-lo "como um parceiro futuro nas suas atividades de deputado federal".
"Ele era uma pessoa importante, era uma pessoa, um jovem impulsivo, lutador, que precisávamos mantê-lo próximo, procurei o candidato a deputado, na época ele era candidato pelo PFL (atual DEM) e procurei, dizendo do interesse nosso de nos aproximarmos, de que seria importante fazermos doações pra campanha dele", relatou Alexandrino.
Segundo o ex-executivo, a reunião com Lorenzoni foi ocorreu na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul e, na ocasião, o deputado gaúcho não demonstrou nenhuma "rejeição" em receber o dinheiro via caixa 2, prática adotada pela empreiteira naquela época para não chamar atenção da imprensa.
A operação foi registrada no sistema de informática "Drousys", que controlava as transações do "banco da propina" da Odebrecht. De acordo com Alexandrino, a doação não foi informada à Justiça Eleitoral.
Durante a discussão sobre o pacote anticorrupção na Câmara, Lorenzoni ganhou destaque por defender o texto elaborado pelo Ministério Público Federal e ficar ao lado da força-tarefa da Lava Jato. Em seu relatório, manteve a proposta de criminalizar a prática de caixa 2, mas reduziu as penas.
Pelas redes sociais, o deputado negou o recebimento de dinheiro não-declarado para campanha. "Eu estou surpreso, indignado, revoltado, com essa citação nas delações da Odebrecht. Quero deixar claro que eu tenho 24 anos de vida pública limpa, e ela vai continuar limpa, sempre me separei dessa lambança que lamentavelmente tem aqui no Brasil. Não devo e não temo", afirmou.
Ele também disse que nunca esteve na sede da Odebrecht. "Se alguém descobrir uma foto minha ou qualquer registro de entrada minha na empresa, eu renuncio ao mandato."

Leia mais aqui > http://bit.ly/2pkxRpj

Governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori recebeu R$ 2,7 milhões

Governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori recebeu R$ 2,7 milhões 
e Renan Filho, eleito para o governo de Alagoas, arrecadou R$ 1,3 milhão.

JBS e BRF doaram R$ 104 milhões para PP e PMDB em 2014: 
partidos alvos da investigação Carne Fraca

As empresas investigadas na operação Carne Fraca, a JBS, dona da Friboi e da Seara, e a BRF, dona da Sadia e da Perdigão, doaram R$ 104,36 milhões para o PP e o PMDB na campanha de 2014, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os dois partidos são investigados no esquema de corrupção que teria como beneficiários os dois partidos, de acordo com a Polícia Federal.
No total, as duas empresas doaram R$ 393 milhões para 25 legendas nas eleições daquele ano.

JBS:

De acordo com a prestação de contas à Justiça Eleitoral, a JBS doou R$ 99,88 milhões a campanhas das duas legendas, sendo R$ 62,64 milhões para o PMDB e R$37,24 milhões para o PP.
Três governadores peemedebistas eleitos contaram com a contribuição da empresa. José Ivo Sartori (Rio Grande do Sul) recebeu R$ 2,5 milhões da JBS e outros R$ 199,99 mil da BRF. Suely Campos (Roraima) e Marcelo Miranda (Tocantins) arrecadaram R$ 200 mil da JBS, cada um.
Candidato derrotado ao governo da Paraíba, Vital do Rêgo contou com R$ 1 milhão da JBS. Investigado na Operação Lava Jato, ele é ministro do Tribunal de Contas da União desde dezembro de 2014.
Ministro da Justiça e deputado federal licenciado, Osmar Serraglio (PMDB-PR), recebeu R$ 200 mil da JBS, pelo partido.
Em conversa capturada pela Polícia Federal o peemedebista chama o fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho, superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016, de "grande chefe".
Daniel é apontado como "líder da organização criminosa" pelos investigadores. No diálogo, Serraglio alerta Daniel sobre uma inspeção em um frigorífico em Iporã (PR).
Dona da Friboi, a JBS tem 235 mil funcionários, receita líquida em 2016 de R$ 170,40 bilhões e exportava para cerca de 150 países.
De acordo com as investigações, um funcionário da Seara dava dinheiro e produtos a servidores do Mapa em troca da emissão de certificados, sem a devida fiscalização, para a venda e a exportação de produtos.
A JBS informou, em nota, que a sede não foi alvo dessa operação e que "no Brasil e no mundo adota rigorosos padrões de qualidade, com sistemas, processos e controles que garantem a segurança alimentar e a qualidade de seus produtos".

BRF:

Já a BRF contribuiu com R$ 4,48 milhões para os dois partidos investigados na Operação Carne Fraca nas campanhas de 2014, sendo R$ 3,5 milhões para o PMDB e R$ 1,13 milhão para o PP.
Além de Sartori, outro governador beneficiado pela empresa foi Renan Filho, que recebeu R$ 1,3 milhão. Candidato ao governo de Alagoas, o peemedebista é filho de Renan Calheiros, líder do PMDB no Senado e ex-presidente da Casa.
Com 105 mil funcionários, a BRF teve receita líquida de R$ 3,7 bilhões em 2016. De acordo com a PF, há indícios de que executivos da empresa ofereciam vantagens a fiscais do Mapa para afrouxar a fiscalização. A companhia exportava para cerca de 150 países.
Segundo despacho da Justiça, o gerente de Relações Institucionais da companhia, Roney Nogueira dos Santos, teria negociado a liberação ilegal de carne de frango com salmonela com fiscais do Ministério da Agricultura.
A unidade da empresa em Mineiros (GO) foi interditada temporariamente até que a BRF possa prestar informações.
A empresa afirmou que "assegura a qualidade e a segurança de seus produtos e garante que não há nenhum risco para seus consumidores".

Entenda a Operação:

Deflagrada na última sexta-feira (17), a Operação Carne Fraca investiga um esquema de corrupção entre frigoríficos e fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura nos estados do Paraná, Goiás e Minas Gerais.
Aproximadamente 1100 policiais federais cumpriram 309 mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77 de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema, segundo a Polícia Federal.
Executivos do frigorífico JBS e da empresa BRF Brasil foram detidos e a Justiça mandou bloquear até R$ 1 bilhão dos investigados. As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, no Paraná.
De acordo com as investigações, foram encontradas diversas irregularidades em frigoríficos, como re-embalagem de produtos vencidos, excesso de água, inobservância da temperatura adequada das câmaras frigoríficas, venda de carne imprópria para o consumo humano e assinaturas de certificados para exportação fora da sede da empresa e do MAPA, sem checagem in loco.
Também foi constatado o uso de produtos cancerígenos em doses altas para ocultar as características que impediriam o consumo pelo consumidor, de acordo com a Polícia Federal.

Prejuízo:

A Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia, pediu nesta segunda-feira (20) que as autoridades brasileiras suspendam as empresas exportadores investigadas pela Polícia Federal.
A China também confirmou que suspendeu temporariamente desde o domingo (19) as importações. Medidas semelhantes foram tomadas ainda pelo Chile.
Na sexta-feira, as ações da BRF caíram 7,25% na sexta-feira e os da JBS despencaram 10,59% no mesmo dia.

Críticas à Operação:

Nesta segunda-feira, o presidente Michel Temer voltou a minimizar as irregularidades nos frigoríficos. "Temos cerca de 4.800 plantas de frigoríficos no Brasil, só três plantas foram interditadas, e além delas mais 18 ou 19 serão investigadas", afirmou durante discurso em evento da Câmara de Comércio Americana.
No fim de semana, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi criticou a PF por supostos "erros técnicos" cometidos na Operação Carne Fraca.
Segundo Maggi, práticas consideradas proibidas pelos investigadores na verdade são legais. "Está claro no áudio (das conversas dos investigados) que estão falando de embalagens, e não de misturar papelão na carne (...) Senão, é uma idiotice, uma insanidade, para dizer a verdade", afirmou após encontro entre ministros, associações de produtores e exportadores e 33 embaixadores de países que mais importam carnes do Brasil, neste domingo (19).
De acordo com o ministro, "está escrito no regulamento" que a carne de cabeça de porco pode ser usada e que o ácido ascórbico, divulgado como cancerígeno pela PF, "é vitamina C e pode ser utilizado em processos".
Escolhido para comandar o Ministério da Justiça em fevereiro, Osmar Serraglio afirmou, em nota, que "se havia alguma dúvida de que, ao assumir o cargo, interferiria de alguma forma na autonomia do trabalho da Polícia Federal, esse é um exemplo cabal que fala por si só".

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Sartori defende aprovação de pacote e retirada de plebiscito para venda de estatais

Sartori defende aprovação de pacote e retirada de plebiscito para venda de estatais


Após fazer anúncios para área de segurança, o governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, fez um pronunciamento nesta quarta-feira no Palácio Piratini, em Porto Alegre, a respeito da condição financeira da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás). Sem citar as estatais, Sartori reiterou a necessidade da aprovação do pacote de austeridade que foi enviado à Assembleia Legislativa e da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que retira da Constituição estadual a obrigatoriedade de plebiscito para a venda das companhias. 
"Quero confiar plenamente num futuro melhor para o Estado. As medidas que tomamos até aqui têm de ter continuidade, independente do que virá no ano que vem. Nós vamos continuar fazendo propostas e encaminhamentos. Os projetos sugeridos foram remédios amargos, mas com atitudes firmes. Essa caminhada precisa ter continuidade. Tenho certeza de que nós procuramos arrumar a casa e queremos seguir assim", disse Sartori.


Leia mais aqui http://bit.ly/2nXBvW1

Governo gaúcho propõe fechar nove fundações e demitir 900 funcionarios

Governo gaúcho propõe fechar nove fundações e demitir 900 funcionários


O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), anunciou na tarde desta segunda-feira (21) pacote com o objetivo de conter a crise financeira no estado, que será encaminhado para a Assembleia Legislativa. Entre as medidas, estão a extinção de 11 órgãos ligados ao Executivo – nove fundações, uma companhia e uma autarquia – e a redução no número de secretarias, que passa de 20 para 17, com três fusões.
(Correção: ao ser publicada, essa reportagem errou ao informar que, com o pacote de medidas, o governo passaria a ter 16 secretarias. Na verdade, serão 17 secretarias. A informação errada partiu da Secretaria-geral de governo. O texto foi corrigido às 21h24).
Segundo o governo, serão demitidos entre 1,1 mil e 1,2 mil servidores – entre efetivos e cargos de confiança. O governo diz que o estado deve fechar o ano com déficit de R$ 2,359 bilhões. O déficit acumulado sem as medidas propostas pode chegar a R$ 5,194 bilhões em 2017 e R$ 8,822 bilhões em 2018, conforme números apresentados pelo Piratini.
O governo espera que as medidas proporcionem aos cofres do estado uma economia de R$ 146,9 milhões por ano. Caso o pacote seja aprovado pela Assembleia Legislativa, será instituído um grupo de trabalho para acompanhar a implementação das mudanças.
"Trago a bem verdade medidas duras, mas que desenham um novo estado e novo futuro com mais qualidade de vida apoiado no empreendedorismo na sustentabilidade e na justiça social. Um estado mais moderno que sirva as pessoas e promova o desenvolvimento", disse o governador durante a apresentação do tema.
O governo estadual passa por uma grave crise financeira, com nove parcelamentos salariais consecutivos em 2016 e sem confirmação de que poderá pagar o 13º do funcionalismo público em 2016. Em 2015, o saldo de final de ano já havia sido parcelado, ou adiantado por meio de empréstimo bancário no qual o servidor arcava com os juros e taxas bancárias.

Extinção de órgãos;

Os servidores efetivos das quatro secretarias que vão passar por fusões serão absorvidos pela estrutura atual da administração direta, sem prejuízo à prestação dos serviços essenciais. No início de 2015, segundo nota do Palácio Piratini, eram 29 secretarias.
Em nota, o governo informou que "grande parte são deficitárias e dependem de aportes do Tesouro para garantir seu funcionamento". A estimativa é que a mudança resulte na economia de pelo menos R$ 137,1 milhões. O plano prevê ainda a possibilidade de privatização ou federalização de quatro companhias estatais.

Veja as medidas apresentadas pelo governo do RS:
Fundações extintas:
  • Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec).
  • Fundação Cultural Piratini (FPC, que mantém a TVE).
  • Fundação para o Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH).
  • Fundação de Economia e Estatística (FEE).
  • Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro).
  • Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (Fepps).
  • Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF).
  • Fundação de Zoobotânica (FZB).
  • Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan).
Autarquia extinta:
Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH).
Companhia extinta:
Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas (Corag).
Fusão de secretarias:
  • Secretaria do Planejamento, Governança e Gestão: fusão da Secretaria-Geral do Governo (SGG) com a Secretaria do Planejamento (Seplan)
  • Secretaria do Desenvolvimento Social, Trabalho e Justiça: fusão da Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos (SJDH) com a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS)
  • Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte: fusão da Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer (Setel) com a Secretaria da Cultura (Sedac)
  • Secretaria de Administração, Recursos Humanos e Patrimônio: fusão da Secretaria de Modernização Administrativa e dos Recursos Humanos (Smarh) com a Secretaria de Obras, Saneamento e Habitação (SOP)
Companhias que podem ser privatizadas ou federalizadas:
  • Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE)
  • Companhia Rio-grandense de Mineração (CRM)
  • Companhia de Gás do Rio Grande do Sul (Sulgás)
  • Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa).
Outras propostas:
  • PEC para retirar remuneração de servidores do Executivo que não estão no desempenho da função por estarem cedidos a entidades de classe. Atualmente 317 servidores estão nessa situação e, com isso, são gastos R$ 2,9 milhões por mês – em valores aproximados;
  • PEC para retirar o adicional por tempo de serviço para novos servidores. Caso seja aprovado, o projeto retira adicional de 15% com 15 anos de serviço e outros 10% com 25 anos de serviço;
  • O governo deve encaminhar dois projetos de lei complementar (PLC) aumentando a contribuição previdenciária de 13,25% para 14% de todos os servidores vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), civis e militares, de todos os Poderes. A contribuição mensal do Estado passa a 28%;
  • Teto de pagamento de R$ 30.471,11 para pensionistas que acumulem benefícios. Pela regra proposta, o IPE deverá pagar a pensão, somada a vencimentos ou aposentadoria, respeitando o teto do funcionalismo previsto na Constituição Estadual.
  • Restringir ainda mais a cedência de servidores de segurança. Agora, foi criado o critério de "interesse da segurança para as restritas hipóteses" ao Executivo. Além disso, a cedência tem prazo de até 1 ano, prorrogável uma única vez por igual período.
  • Alteração do repasse para os poderes Judiciário e Legislativo e ainda para órgãos do estado - Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado e Defensoria Pública. Atualmente são feitos repasses mensais do Tesouro a partir de percentuais sobre a receita prevista na Lei Orçamentária, independente dela ser confirmada na prática. Agora, o governo pretende considerar a efetiva arrecadação, mas mantendo os percentuais por Poder ou órgão. Projeta-se uma redução de 12,5% dos repasses (R$ 575,5 milhões/ano).
  • Redução dos benefícios fiscais, em média, de até 30%. Conforme o governo, serão avaliados caso a caso, com impacto financeiro estimado em R$ 300 milhões ao ano.
  • PEC para retirar o último dia útil de cada mês como data-limite para pagamento dos servidores. Governo propõe um calendário escalonado, priorizando os menores salários. Para quem recebe até R$ 1,3 mil a intenção é que o pagamento seja feito até o 5º dia útil; até R$ 2,9 mil até o 10º dia útil, até R$ 6 mil até o 15º dia útil e para quem tem remuneração acima desse valor deve receber até o 20º dia útil.
  • PEC para alterar prazos para pagamento do 13º salário até 2020. A proposta do Palácio Piratini é que 50% do valor líquido seja depositado até o último dia útil do exercício e 50% do valor líquido até o dia 30 de novembro do ano seguinte. Segundo o governo, a medida representará um ganho no fluxo financeiro de R$ 600 milhões no fluxo anual.
  • Alteração na Nota Fiscal Gaúcha. Atualmente, o programa realiza sorteios mensais, com prêmio principal de R$ 50 mil e um sorteio especial de R$ 1 milhão. Agora, serão R$ 15 milhões em prêmios - prêmio principal de R$ 300 mil ao mês e dois sorteios especiais de R$ 1 milhão por ano - e outros R$ 15 milhões em repasses às entidades.
Demissões:

Serão desligados os funcionários da Cientec, FCP, FDRH, FZB e Metroplan. No caso da FEE, serão mantidos os 52 servidores que têm estabilidade. Os estatutários da Fepagro serão vinculados à Secretaria da Agricultura. No caso da FIGTF, o governo diz que o quadro ficará em extinção, vinculado à Secretaria da Cultura.
Em relação à FEPPS, os trabalhadores cedidos retornarão às secretarias de origem e os cargos de confiança serão extintos. O governo também vai extinguir 1.250 cargos abertos, e abrir 74 cargos na Saúde para manter os serviços prestados pela fundação. O projeto prevê ainda que o Laboratório Farmacêutico do RS (Lafergs) fique vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia.
A Companhia de Processamento de Dados do Rio Grande do Sul (Procergs) e a Superintendência do Porto do Rio Grande absorverão as demandas da Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas (Corag) e da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), respectivamente.

Militares:

Hoje, a cada 5 anos trabalhados, os militares têm direito a 3 meses de afastamento do serviço, a exemplo da licença-prêmio dos civis. Se não utilizar o benefício, pode duplicar esse período sucessivamente, averbando para sua aposentadoria, considerado tempo ficto.
Agora, o governo pretende transformar o benefício em licença-capacitação de 3 meses sem possibilidade de acumular ou dobrar períodos. Assim, fica eliminada a contagem de tempo ficto para fins de aposentadoria. Ficam respeitados os períodos já acumulados. Na prática, a partir de agora, o militar cumprirá todo o período de 30 anos de efetivo serviço para passar à reserva. Isso resulta, em média, em 3 anos a mais na prestação de serviço por militar.
O governo vai passar a exigir, para fins contagem de tempo de serviço, ao menos 25 anos de efetivo serviço público militar para preencher os 30 anos exigíveis para a reserva (aposentadoria). Assim, limita-se em no máximo 5 anos a possibilidade de averbação de tempo público ou privado, aumentando o tempo de permanência na ativa.
Além disso, o governo pretende aumentar o limite de idade para reconvocação dos policiais militares. Atualmente, para oficial superior a idade limite é 64 anos, capitão e tenente de 60 anos e praças até 56 anos. Com a nova regra, aumenta-se a idade máxima para até 70 anos para oficiais e até 65 anos para praças.

Leia Mais aqui > http://bit.ly/2ofT4Pw

Líderes do PMDB querem reeleição de Sartori no Rio Grande do Sul

Na convenção da sigla, José Ivo Sartori foi estimulado pela 
militância a concorrer novamente ao Piratini 

Marcus Meneghetti 

Além de escolher por aclamação o deputado federal Alceu Moreira (PMDB) para a presidência do PMDB gaúcho, os peemedebistas discutiram na convenção estadual do partido, realizada neste sábado, nomes e estratégias para as eleições de 2018. Algumas lideranças pediram a candidatura à reeleição do governador José Ivo Sartori (PMDB) no ano que vem. Outras se colocaram à disposição para disputar as duas vagas ao Senado no próximo pleito. Diante de uma plateia lotada com militantes de todo o Estado - que se aglomeravam até nos corredores do auditório da Associação dos Auditores Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre -, pelo menos três nomes expressivos defenderam que Sartori dispute mais uma vez o comando do Palácio Piratini: o ex-governador Germano Rigotto; o secretário estadual da Fazenda, Giovani Feltes; e o deputado estadual Edson Brum. Olhando para o presidente eleito, Rigotto disse ter certeza que "Alceu vai lançar uma boa nominata de deputados estaduais e federais". E prosseguiu: "Não podemos cometer o mesmo erro de outras eleições e deixar para escolher os candidatos no ano eleitoral. Não, o ano é agora. E, para o governo do Estado, Sartori é o nosso candidato natural". O ex-governador foi ovacionado. A militância exibia uma faixa com a inscrição "A grande virada é Sartori 2018". - 

Jornal do Comercio
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quinta-feira, 13 de abril de 2017

Yeda Crusius é investigada por corrupção passiva, ativa e lavagem

Yeda Crusius é investigada por corrupção passiva, ativa e lavagem

A deputada federal Yeda Crusius (PSDB-RS) é investigada por corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Ela é suspeita de ter recebido "vantagens" durante as campanhas ao governo do Rio Grande de Sul de 2006 e 2010 para favorecer a Odebrecht. Nas duas eleições, juntas, ela teria captado R$ 1,75 milhão junto à empreiteira.
Fachin autorizou as investigações a partir do pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A PGR fez a solicitação com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht.
Yeda disse que ainda aguarda o levantamento do sigilo das delações e que desconhece as razões que levaram à elaboração da lista, mas ressaltou a importância da apuração das denúncias.
"Considero fundamental tanto a Lava Jato quanto o trabalho do Supremo para que os inquéritos hoje autorizados sejam feitos e concluídos com a celeridade requerida por mim e por toda a população brasileira, separando o joio do trigo e promovendo a Justiça de que tanto o país precisa. Caso contrário cria-se a imagem de que todos os políticos são iguais. E não somos", afirmou a deputada.
Parte dos valores teriam sido repassados à Yeda pela Odebrecht de forma legal e parte por meio de caixa 2. De acordo com o Ministério Público, ela recebeu em 2006 R$ R$ 200.000 por meio de doação oficial e mais R$ 400.000 por meio do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como "departamento da propina". Em 2010, foram R$ 600.000 em doações oficiais e R$ 550.000 não declarados, por meio do setor.
Os repasses, ainda de acordo com o MP, eram feitos para que a Braskem, empresa controlada pelo Grupo Odebrecht, continuasse recuperando créditos do ICMS no Rio Grande do Sul.
O nome de Yeda foi citado nas delações dos ex-executivos da Odebrecht Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Valter Luis Arruda Lana.

Delatores apontam Caixa 2 para deputado gaúcho Onyx Lorenzoni

Parlamentar do DEM teria recebido R$ 175 mil não-declarados à Justiça

Um dos maiores apoiadores da Operação Lava-Jato no parlamento brasileiro, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM) será agora investigado por ela. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura do inquérito de número 4.400, contra o deputado gaúcho.

Leia Mais aqui > http://bit.ly/2nKm5Y4

Quem é o PPL (Partido Pátria Livre) que Luciana Genro se coligou?

Quem é o PPL (Partido Pátria Livre) que Luciana Genro se coligou?

Desconhecido da maioria das pessoas, o PPL, que é uma ruptura do PMDB, fechou nesta quarta-feira o acordo para apoiar o PSOL de Luciana Genro em Porto Alegre. O que não se sabe é que o PPL tem alianças com o DEM em Salvador, envolvimento em escândalos de corrupção no DF e na lava jato.

Leia mais aqui > http://bit.ly/2cx6fdP

Luciana Genro, do PSOL (Pra não esquecer)

Luciana Genro, quase advogada (Pra não esquecer)

Luciana Krebs Genro (Santa Maria, 17 de janeiro de 1971) é uma advogada e política brasileira, fundadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)
Iniciou sua trajetória política no movimento estudantil de Porto Alegre e compunha a Convergência Socialista, à época corrente interna do Partido dos Trabalhadores (PT). Foi eleita em 1994, aos 23 anos, para seu primeiro mandato como deputada estadual e reeleita em 1998 com o dobro da votação anterior. Na Assembleia Legislativa se destacou por denunciar a corrupção na Corsan, quando dirigida por Berfran Rosado, e por defender diversos processos de lutas de professores, estudantes, trabalhadores e outros movimentos sociais. Em 2002, foi eleita pela primeira vez deputada federal por seu estado, nas mesmas eleições em que Luiz Inácio Lula da Silva subiu à Presidência da República. Logo no início do governo teve discordâncias com as políticas do PT após chegar ao poder, particularmente com a proposta do governo de reforma da previdência em 2003. Votou contra e foi expulsa do partido por José Dirceu e José Genoíno, hoje detidos após o escândalo do Mensalão.
Iniciou, com Heloísa Helena e outros deputados dissidentes, o processo de fundação do PSOL, consolidado em 2005. No ano seguinte foi reeleita deputada federal, já pelo novo partido. Em seus dois mandatos na Câmara dos Deputados, dedicou-se especialmente a projetos de lei na área econômica, como a regulamentação do imposto sobre grandes fortunas. Em 2008, candidatou-se à Prefeitura de Porto Alegre e ficou em quarto lugar, com 9% dos votos.
Foi a candidata do seu partido à Presidência da República nas eleições de 2014. Em sua campanha, Luciana defendeu um programa de profunda reforma dos sistemas econômico e político, a reforma agrária, os direitos e liberdades civis, dentre outros.Terminou a disputa em 4º lugar, com mais de 1,6 milhões de votos. Luciana Genro foi candidata à prefeitura de Porto Alegre. Ela confirmou o interesse na disputa após seu nome aparecer em primeiro lugar numa pesquisa que mede intenções de votos.
Luciana Genro nasceu em Santa Maria, Rio Grande do Sul. É filha de Sandra Krebs Genro, médica, e Tarso Genro, advogado e político, ex-governador do estado e dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT). Apesar das divergências políticas, Luciana e Tarso mantém normalmente relações de pai e filha. É também neta de Adelmo Simas Genro, que foi membro do antigo Partido Trabalhista Brasileiro e expurgado pela ditadura militar, e sobrinha de Adelmo Genro Filho, jornalista também falecido.
Luciana tem um filho, Fernando Marcel Genro Robaina, nascido em 1988. Fernando é filho de Roberto Robaina, também dirigente do PSOL, com quem Luciana morou junto por três anos. Casou-se em 1997 com o jornalista Sérgio Bueno.

Carreira política:
Início da militância política

Luciana iniciou sua trajetória política em 1985, aos 14 anos, no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, quando entrou no movimento estudantil. Foi a partir deste momento que passou a ter contato com as mais diversas correntes internas do Partido dos Trabalhadores, organização a qual seu pai era filiado. Ainda que a convivência com a política tenha começado dentro de casa, Luciana sempre teve importantes divergências políticas com Tarso inclusive depois de também ingressar nas fileiras do PT. Foi também no Colégio Julinho que Luciana conheceu Roberto Robaina, seu parceiro político desde aquela época e com quem Luciana teve seu filho, Fernando. Ambos seguem na mesma organização, o Movimento Esquerda Socialista, tendência interna do PSOL.

Deputada Estadual no Rio Grande do Sul:

Em 1994, Luciana Genro participou e venceu sua primeira eleição para o cargo de deputada estadual do Rio Grande do Sul. Foi eleita aos 23 anos em um período de ascensão da juventude, depois do importante movimento Fora Collor.
Seu primeiro mandato foi marcado pelas denúncias que ela fez revelando um esquema de corrupção na CORSAN, a Companhia de Saneamento do Estado. As denúncias apontavam uma compra superfaturada de canos por parte da companhia e envolviam diretamente Berfran Rosado, presidente da CORSAN naquela ocasião. Alguns anos depois, as denúncias foram comprovadas.
Em 1999 foi eleito o primeiro governo do PT no Rio Grande do Sul. Luciana foi reeleita com o dobro da sua votação anterior. Neste período aconteceu uma longa greve do magistério. Concomitantemente entrou em pauta na Assembleia Legislativa uma reivindicação dos grevistas: o fim da sobreposição de níveis na carreira do magistério. O governo Olívio, contrário a essa proposta, orientou o partido a rejeitar o projeto. A bancada do PT reunida decidiu por maioria acatar a posição do governo e votar contra o projeto. Luciana se rebelou, votou a favor do fim da sobreposição de níveis acatando o pedido do Sindicato. Punida por um mês sem direito de falar em nome do partido, foi obrigada a sair da vice-presidência da comissão de educação, que ocupava em nome do PT.Durante o governo Britto, uma série de projetos de privatização foram encaminhados para a Assembleia Legislativa. Em 1997, o governador havia enviado para o Palácio Farroupilha um projeto que acabava com a CRT (empresa de Telecomunicações). Houve uma ocupação da Assembleia Legislativa por sindicalistas e policiais militares, que naquele momento estavam em greve. Luciana foi uma grande entusiasta daquele movimento e Robaina, seu chefe de gabinete na época, foi o único condenado pela ocupação da Assembleia. A venda da CRT aconteceu ainda durante a ocupação, já que os deputados se reuniram em outro plenário e votaram o projeto.

Mandato de deputada federal e o rompimento com o PT:

Em 2002, foi eleita deputada federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT). No entanto, Luciana já mantinha importantes desacordos com a maioria dos membros do partido, em especial a partir da publicação da Carta ao povo Brasileiro, apresentada em 2003. Isto seguido da indicação Henrique Meirelles à presidência do Banco Central  e da indicação de Sarney à presidência do Senado fez com que Luciana e ala dita “radical” do partido entrassem em choque com o governo petista.
O ápice deste confronto foi quando o governo federal mandou a proposta de Reforma da Previdência e orientou sua bancada na Câmara dos Deputados a votar pela aprovação do projeto. Por entenderem que o projeto tiraria direitos dos servidores públicos por instituir a cobrança de contribuição dos já aposentados, Luciana Genro, Heloísa Helena, Babá e João Fontes votaram contra o projeto e por isso foram expulsos do PT numa reunião do diretório nacional.

Fundação do Partido Socialismo e Liberdade:

Desde os momentos que perceberam que seriam expulsos do Partido dos Trabalhadores (PT), os quatro deputados começaram um movimento para fundar um novo partido. A primeira reunião deste movimento aconteceu no Rio de Janeiro, contando com a presença de muitos intelectuais e vários ativistas do movimento sindical, estudantil e popular. Posteriormente, estiveram em quase todas as capitais do país discutindo a criação do novo partido. No final de 2004, iniciou-se o processo de coleta de assinaturas, submetidos a uma nova lei que exigia que fossem coletadas meio milhão de assinaturas para criar um novo partido. Em setembro de 2005 foi concedido o registro legal ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
Em outubro de 2006, Luciana Genro foi reeleita deputada federal pelo Rio Grande do Sul, dessa vez concorrendo pelo PSOL. Obteve 185.031 votos, sendo a deputada mais votada na capital, Porto Alegre, e a quarta mais votada no estado.

Atuação na Câmara dos Deputados:

Além dos embates com o Governo Lula, Luciana apresentou na Câmara dos Deputados do Brasil diversos projetos de lei. Um deles, que espera aprovação no Senado Federal, é o projeto para que bancos paguem os impostos sobre operações de leasing no local onde estão instalados e não onde está sua matriz.
Outro projeto que foi carro-chefe do mandato da ex-deputada, e que foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, regulamenta impostos sobre as grandes fortunas. A Constituição brasileira de 1988 criou esse imposto, mas, por não haver uma regulamentação, ele nunca foi cobrado.
Luciana participou também, como membro titular, da Comissão da Reforma Tributária onde apresentou diversos projetos de mudança da estrutura da tributação no Brasil.
Foi membro titular da CPI do Sistema de Tráfego Aéreo (CPI do Apagão Aéreo), que assistiu em meio ao seu funcionamento a tragédia do acidente com o avião da TAM, a queda do avião da GOL e uma inédita paralisação dos controladores de voo quando a CPI foi instalada. Na comissão, Luciana apresentou um relatório paralelo ao do Deputado Marco Maia, então relator da CPI. Nele a deputada incorporou as questões trazidas pelos controladores de voo, pelos familiares das vítimas dos acidentes e demonstrou que o relatório oficial estava protegendo as autoridades, o comando da Aeronáutica e da Infraero e serviu de base jurídica para a luta que os familiares dos mortos no acidente da TAM travam na justiça para buscar indenizações, mas principalmente a punição dos responsáveis por aquela tragédia. Por este motivo, Luciana Genro foi homenageada pela associação dos familiares das vítimas do acidente da TAM e ficou conhecida como a “madrinha” dos controladores de voo.

O Escândalo do Mensalão e o combate à corrupção:

Em 2005, denúncias de corrupção que envolviam diretamente o PT tomaram os noticiários nacionais. O chamado Escândalo do Mensalão tomou centro no debate público daquele ano. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados julgou grande parte dos envolvidos e seus pedidos de cassação foram encaminhados para o plenário. Luciana afirmava que fazia questão de ir à tribuna em todos os episódios e abrir seu voto pela cassação de todos os envolvidos.
Com este novo fato, novas levas de petistas romperam com o partido e se juntaram ao PSOL. Em 2009, o PSOL abriu uma representação na Câmara do Senado contra Sarney e Renan Calheiros.

Candidatura à prefeitura em 2008:

Em 2008, Luciana Genro foi candidata à prefeitura de Porto Alegre. Recebeu 72.863 votos (9,22% dos votos válidos), ficando em 4º lugar. O PSOL elegeu na capital do Rio Grande do Sul dois vereadores em sua primeira eleição municipal. Pedro Ruas foi o segundo mais votado, com Fernanda Melchionna também sendo eleita pela primeira vez à Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Eleições de 2010:

Em 2010, Luciana não conseguiu eleger-se para um novo mandato de deputada federal pelo Rio Grande do Sul, devido ao coeficiente eleitoral, apesar de sua expressiva votação de 129.501 votos. Foi a oitava pessoa mais votada no Rio Grande do Sul e a segunda mais votada em Porto Alegre. Por seu pai ter sido eleito governador, ficou inelegível para qualquer cargo no Rio Grande do Sul até o ano de 2014
Já no final de 2010, o diretório do PSOL no Rio Grande do Sul iniciou uma campanha pelos direitos políticos da deputada. Foi um movimento político e jurídico para que Luciana pudesse ter direito de candidatura assegurado. A campanha contou com o apoio de personalidades dos mais diversos partidos que alegavam autonomia da deputada em relação à carreira política de seu pai. Outro argumento mobilizado era que o PSOL não fazia parte sequer do arco de alianças do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. No entanto, a decisão judicial da inelegibilidade de Luciana para cargos públicos gaúchos foi mantida.

Fora Yeda:

A pedido da então deputada federal Luciana Genro, o PSOL já havia protocolado pedido de impeachment contra a governadora Yeda Crusius (PSDB/RS), em junho de 2008, diante das denúncias de sua participação na fraude do Detran e da compra de sua mansão, por valor muito inferior ao que a residência era avaliada – e ainda assim superior aos rendimentos da então governadora eleita e seu marido, o professor universitário Carlos Crusius. O requerimento do partido foi arquivado pelo ex-presidente da Assembleia, Alceu Moreira, da situação. Recurso pela sua reabertura tramitou na Comissão de Constituição e Justiça da Casa. O fato levou a público, de acordo com o partido, a existência de provas cabais da participação de Yeda em esquemas de corrupção, posteriormente confirmada pelo Ministério Público Federal. O partido também realizou uma campanha de abaixo-assinado, que coletou milhares de assinaturas em defesa da apreciação do impeachment da governadora pela Casa.
A mobilização levou o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Ivar Pavan, a acatar o pedido de impeachment da governadora Yeda Crusius feito pelo Fórum dos Servidores Públicos Estaduais do RS, alegando crime de responsabilidade enquadrado na Lei Federal nº 1.079/50, artigo 9º, nos itens 3, 4, 6 e 7

Candidatura à Presidência da República em 2014:

O PSOL decidiu, em convenção realizada no dia 22 de junho de 2014, lançar Luciana Genro, como candidata do partido para a Presidência da República na eleição presidencial em 2014. O partido lançou também o nome de Jorge Paz, membro da diretoria paulista do PSOL, para concorrer como vice-presidente na chapa de Luciana.
Entre suas propostas apresentadas em campanha estavam a auditoria da dívida pública e a reforma do sistema tributário, além de temas considerados polêmicos e evitados pelos principais candidatos, tais como: descriminalização da maconha, garantia dos Direitos LGBT e legalização do aborto como política pública de saúde. Dispos de 51 segundos na propaganda eleitoral gratuita de rádio e televisão. Depois de ganhar o apoio de vários jovens do Brasil, acabou ficando em 4º lugar, com 1,55% dos votos.

Candidatura à Prefeitura de Porto Alegre:

Logo após conquistar a quarta colocação na Eleição presidencial no Brasil em 2014, Luciana Genro anunciou suas intenções em concorrer à Prefeitura de Porto Alegre em 2016 pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Com a desistência de Manuela d'Ávila, Luciana lidera as pesquisas de intenção de voto|citação=(...) A pesquisa também realizou diversas simulações de segundo turno. Em uma possível disputa entre Luciana Genro e Raul Pont, a pré-candidata do PSOL alcança 31,0%, contra 22,3% do petista. No embate entre Luciana Genro e Sebastião Melo, ela aparece com 30,3%, enquanto o peemedebista, que é o atual vice-prefeito da capital gaúcha, fica com 26,7% das intenções de voto. Já no confronto de Luciana Genro com Vieira da Cunha, a pré-candidata do PSOL tem 30,8% das intenções de voto, enquanto o aspirante do PDT fica com 25,5%.(...)}}</ref>. Em fevereiro de 2016, a ex-deputada federal Luciana Genro anunciou que seria candidata pelo Partido Socialismo e Liberdade ao governo de Porto Alegre. Posteriormente, o PSOL anunciou que tentaria formar uma frente de esquerda para apoiar Luciana, que poderia contar com a participação do Partido Pátria Livre, Partido Comunista Brasileiro e Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado.

Carreira jurídica:

Luciana Genro estudou Direito na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) de 1988 a 1990, curso que não chegou a concluir. Também chegou a estudar Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e foi professora de inglês de 1988 a 1994.
Após retomar estudos na área, formou-se em direito na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), em 2011, e lançou o livro "Direitos Humanos - O Brasil no banco dos réus", somando-se à corrente jurídica que defende que a Lei de Anistia não pode ser um obstáculo para que os agentes públicos acusados de crimes de tortura, assassinato e desaparecimento político durante a ditadura militar continuem impunes.
Atua nas áreas do Direito Previdenciário e Direito Penal no escritório Genro & Genro Advocacia dos Direitos Constitucionais, em Porto Alegre. Em sua ocupação acadêmica atual, é mestranda de Direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), sendo orientada pelo professor Alysson Mascaro.

terça-feira, 11 de abril de 2017

A desmoralização dos pitbulls da grande mídia

Alberto Cantalice 
Foto: Arquivo PT


Três vezes derrotados nos pleitos presidenciais, por Lula e Dilma e o PT, os setores elitistas albergados na grande mídia, ao se verem na iminência do quarto revés eleitoral, foram ao desespero.
Diuturnamente lançam vitupérios, achincalhes e deboches contra os avanços do país visando desgastar o governo federal e a imagem do Brasil no exterior. Inimigos que são das políticas sociais, políticas essas que visam efetivamente uma maior integração entre todos os brasileiros, pregam seu fim.
“A hora é de renovar as esperanças e acreditar no Brasil”.
Profetas do apocalipse político, eles são contra as cotas sociais e raciais; as reservas de vagas para negros nos serviços públicos; as demarcações de terras indígenas; o Bolsa Família, o Prouni e tudo o mais.
Divulgadores de uma democracia sem povo apontaram suas armas, agora, contra o decreto da Presidência da República que amplia a interlocução e a participação da população nos conselhos, para melhor direcionamento das políticas públicas.
Personificados em Reinaldo Azevedo, Arnaldo Jabor, Demétrio Magnoli, Guilherme Fiúza, Augusto Nunes, Diogo Mainardi, Lobão, Gentili, Marcelo Madureira entre outros menos votados, suas pregações nas páginas dos veículos conservadores estimulam setores reacionários e exclusivistas da sociedade brasileira a maldizer os pobres e sua presença cada vez maior nos aeroportos, nos shoppings e nos restaurantes. Seus paroxismos odientos revelaram-se com maior clarividência na Copa do Mundo.
Os arautos do caos, prevendo e militando insistentemente pelo fracasso do mundial – tendo, inclusive, como ponta de lança a revista Veja previsto que os estádios só ficariam prontos depois de 2022, assistem hoje desolados e bufando à extraordinária mobilização popular e ao entusiasmo do povo brasileiro pela realização da denominada, acertadamente, de a Copa das Copas.
O subproduto dos pitbulls do conservadorismo teve seu ápice nos xingamentos torpes e vergonhosos à presidenta Dilma na abertura da Copa, na Arena Corinthians. Verdadeiro gol contra, o repúdio imediato de amplas parcelas dos brasileiros e brasileiras ao deprimente espetáculo dos vips demonstra que a imensa maioria da população abomina essa prática.
Desnudam-se os propagadores do ódio. A hora é de renovar as esperanças e acreditar no Brasil!


Alberto Cantalice é vice-presidente nacional do PT e coordenador das Redes Sociais do partido