quinta-feira, 13 de abril de 2017

Yeda Crusius é investigada por corrupção passiva, ativa e lavagem

Yeda Crusius é investigada por corrupção passiva, ativa e lavagem

A deputada federal Yeda Crusius (PSDB-RS) é investigada por corrupção passiva, ativa e lavagem de dinheiro, segundo inquérito autorizado pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Ela é suspeita de ter recebido "vantagens" durante as campanhas ao governo do Rio Grande de Sul de 2006 e 2010 para favorecer a Odebrecht. Nas duas eleições, juntas, ela teria captado R$ 1,75 milhão junto à empreiteira.
Fachin autorizou as investigações a partir do pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A PGR fez a solicitação com base nas delações dos ex-executivos da Odebrecht.
Yeda disse que ainda aguarda o levantamento do sigilo das delações e que desconhece as razões que levaram à elaboração da lista, mas ressaltou a importância da apuração das denúncias.
"Considero fundamental tanto a Lava Jato quanto o trabalho do Supremo para que os inquéritos hoje autorizados sejam feitos e concluídos com a celeridade requerida por mim e por toda a população brasileira, separando o joio do trigo e promovendo a Justiça de que tanto o país precisa. Caso contrário cria-se a imagem de que todos os políticos são iguais. E não somos", afirmou a deputada.
Parte dos valores teriam sido repassados à Yeda pela Odebrecht de forma legal e parte por meio de caixa 2. De acordo com o Ministério Público, ela recebeu em 2006 R$ R$ 200.000 por meio de doação oficial e mais R$ 400.000 por meio do setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como "departamento da propina". Em 2010, foram R$ 600.000 em doações oficiais e R$ 550.000 não declarados, por meio do setor.
Os repasses, ainda de acordo com o MP, eram feitos para que a Braskem, empresa controlada pelo Grupo Odebrecht, continuasse recuperando créditos do ICMS no Rio Grande do Sul.
O nome de Yeda foi citado nas delações dos ex-executivos da Odebrecht Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Benedicto Barbosa da Silva Júnior e Valter Luis Arruda Lana.