Dois
delatores da Odebrecht relataram repasses a Aécio Neves durante campanha
de 2014 segundo jornais, mas foram interrompidos no TSE
Nesta semana, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Herman
Benjamin começou a ouvir ex-executivos da Odebrecht que assinaram acordo
de delação premiada na operação Lava Jato. Eles foram arrolados na ação
do Tribunal que julga se a chapa Dilma/Temer cometeu irregularidades na
campanha eleitoral de 2014. O processo foi iniciado a pedido do PSDB,
mas os primeiros depoimentos dos delatores tiveram menções ao presidente
do partido tucano, Aécio Neves, cuja chapa foi derrotada na última
corrida presidencial. Porém, as citações ao senador foram interrompidas
ao longo das oitivas.
Na quinta-feira (2), o ex-presidente da
Odebrecht Benedicto Júnior, o BJ, foi interrompido pelo ministro
Benjamin bem na hora em que, segundo reportagem da "Folha", começava a
dar detalhes sobre o
suposto pagamento de R$ 9 milhões feito pela empreiteira baiana via
caixa dois para campanhas eleitorais do PSDB, a pedido de Aécio Neves. O senador e o PSDB negam que o delator tenha feito essas afirmações no depoimento.
O mesmo teria acontecido um dia antes, durante o depoimento do herdeiro
da empreiteira, Marcelo Odebrecht, também delator na Lava Jato. Na
ocasião, o juiz auxiliar que estava conduzindo a audiência pediu a
Marcelo que se limitasse ao objeto da Ação de Investigação Judicial
Eleitoral aberta a pedido do PSDB contra a chapa Dilma Rousseff-Michel
Temer por suspeita de abuso de poder econômico na campanha presidencial.
Quando foi interrompido, segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", Marcelo dava detalhes sobre um pedido de R$ 15 milhões que teria sido feito também por Aécio Neves no
final do primeiro turno da campanha eleitoral de 2014. De acordo com a
reportagem, Marcelo não disse se o pedido foi via caixa dois.